segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Eu assistia a televisão ontem e vi um programa interessante sobre como as pessoas criam seus filhos e como os filhos vêem seus pais.

Isso vem de um senhor já de certa idade com duas filhas, dizendo a diferença de como elas tem um comportamento completamente diferente da outra. No começo eu não prestei muita atenção, mas como quando fui ouvindo, me identifiquei com alguns aspectos acabei prestando atenção.

Ele contava que sua filha mais velha não assistia televisão ou comia doces, sempre dizendo que não gostava de chocolates ou não via graça em programas de variedades.

Um dia, durante à noite ele escutou um barulho estranho vindo do quarto dela e abriu a porta para ver, ficou surpreso em ver a menina se entupindo de chocolate enquanto assistia um programa de variedades dando risada. Então ele perguntou “ué, você disse que não gostava de chocolate” e ela começou a chorar, chorar muito mesmo e disse que sempre mentiu quanto à televisão e chocolate. Quando ele perguntou o por quê, ela respondeu “você parece feliz quando eu digo que não gosto de doces ou televisão, por isso eu não quis dizer que gostava”.

Ele explicou então que muitos filhos e filhas mais velhas tem uma síndrome de perfeição. Quer passar uma imagem de ser o filho-exemplo (principalmente filhas) para os pais, fazendo gaman para tudo que realmente quer fazer, tentando fazer apenas aquilo que agrada aos pais.

Ele contou também que ela queria fazer faculdade de artes e quando ela contou para ele, ele disse que era um caminho bastante difícil pra se seguir. Ela acabou indo para uma faculdade que ele escolheu.

Quando ela casou e teve uma filha, o nome da menina tinha o kanji de “desenho” e ele perguntou por que, então ela respondeu que sempre quis fazer artes, mas como o pai não achava uma boa idéia, ela desistiu do sonho dela, mas então colocou o nome da filha para ela desenhar o próprio caminho.

Em contrapartida, a filha mais nova era diferente, não tentava ser perfeita, só aprontava na escola, não por maldade, ela queria fazer as pessoas rirem ou matar a curiosidade de como as coisas funcionam.

Então ele falou uma coisa muito interessante...que os pais não podem esquecer que eles também são humanos e não existe um “manual de como criar” não existe certo ou errado e isso me emocionou. Pensei então nessa ânsia que eu tenho de querer produzir uma imagem de filha perfeita que meus pais sempre quiseram. Aprendi com essa criação a jamais revelar muito de mim, deixando de lado as minhas vontades e desaprendi a pedir aquilo que eu queria...mas então ele disse que os pais não tem que se culpar tanto que eles também estão aprendendo a ser pais e que como os filhos enxergam para eles, é algo que não dá pra controlar.

Ontem eu deixei o pouco de culpa que sentia pelos meus pais esperarem de mim ir embora. Eu sou como sou por culpa minha, por querer superar as expectativas deles e não o contrário.

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